domingo, 29 de outubro de 2017

Reconhecer

Reconhecer 

Em alguns momentos sou calmaria, no outro uma tempestade;
Uma hora eu gosto , outra hora já não tenho certeza;
Por alguns minutos eu sinto as borboletas  no estômago e uma paixão que queima;
No momento seguinte,  tudo some ,  parece que estou sendo conduzida e não escolhendo o meu caminho;
Sinto uma sede insaciável por um conhecimento que não sei qual é;
Meu coração acelera e parece que estou sempre a um passo de descobrir , mas eu dou um passo e esta "coisa" dá dois! Então estou sempre perto de descobrir e ao mesmo tempo... tão distante.
O que parecia essencial, não faz mais tanto sentido;
E eu fico observando , esperando por um sinal no caminho;
O que não me parece um mau sinal, pois significa que aqui dentro do peito , ainda existe esperança;
Olho as pessoas tão atarefadas e parando pra pensar , eu não sou tão diferente;
Parece que eu sei quem eu quero ser , mas não consigo me libertar do que  aprisona a minha mente;
Encontrei em uma estrutura fechada e de concreto , um jardim . E quando coloquei o meu corpo no local , senti o cheiro daquelas plantas e flores... senti a vida.
E naquele momento fez todo o sentido, posso me sentir presa , fechada , mas não quer dizer que não exista vida dentro de mim. Pensei que um dia, aquele espaço não será suficiente e aquele jardim será livre.
Ou alguém sempre terá que podar para que ele seja mantido ali. Eu deixarei outras pessoas me limitarem? Ou será que já tenho deixado?
Onde está a minha fé? Onde estão os meus sonhos? Meus objetivos
Sempre ouvi as pessoas falarem que existem momentos na nossa vida que somos nós e Deus e mais ninguém. E que as vezes, até de Deus nos sentimos distantes. Acho que agora entendo!
Tenho tido vários momentos de reflexão, quem diria, eu que sempre tive certeza de tudo que queria . Me vejo tentando encontrar esta peça que está faltando.
Mas tenho aprendido muitas coisas, a amar a minha companhia , estou me conhecendo, aprendendo a confiar nas pessoas certas , a aceitar que não posso mudar o mundo e que não tenho a obrigação de fazer isso. Estou entendendo que a vida , ah a vida ... é muito curta pra se importar com tudo.
E o que realmente importa é se sentir feliz, tenho ciência que a felicidade não é um estado de permanência, mas descrevendo uma das coisas que eu li e hoje eu compreendo :
Às vezes é preciso se olhar como se fosse a primeira vez, o que implica olhar de novo e de novo.Olhar sem parar.Estranhar pra conhecer, para enfim, reconhecer.


                                                          Aline Lima 29/10